sábado, 27 de outubro de 2012

Distorção





Na distorção nenhuma voz se escuta

                       Nenhuma vogal se vê

Tempos entre os tempos somados

                        Que sobram sem vez


Pautas de sonhos estilhaçados

Inspiradas no vapor das ondas do mar

                    Onde jazem palavras ocultas


Quebram as asas molhadas

                         Que se dissolvem no sal

Vazias presas nas teias do tempo


Nenhuma voz é voz numa pauta rasgada

               Nenhum tempo é tempo numa fracção inacabada


Escuta-se a visão distorce-se o silêncio

(todas as visões são alteradas)

Nenhuma nota tem vez