segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Inscrito



 
                               



Em surrealista negra névoa rompeste

                          Etéreo, tão etéreo

Como verso por dedilhar na inalcançável chama



Vagarosamente comprimindo-se mundo

 Meu mundo



Do vazio te esbocei

          Nas linhas ainda por pronunciar


(Quase apagadas
           Quase vazias
                      Quase vida)

  
Tantas vezes escrevi no espaço

Que entre nós escorre 


Ascendeste

Ao sonho

Á voz



 (só quando te toquei se soube real

        Só quando tua voz quebrou, te soube fatal)



Éter

Que inspiro alucinada

          Quase indício

Fuga da madrugada



Infinito de cristal

         Onde te tornei rito

Onde te fiz luz

Onde te aprofundei Sol  
    

               E te escrevi verso



                                              Partiste
                             Ficaste…

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Sou a Pedra Secular






                Que é de ti?

 Que ocultas a verdade

 Que é de mim?

           Que de mim contas histórias

 Que é do verso feito sem nexo?


Agora só tocam sopros que cantas no limiar

Que é da razão que precedeu á loucura previamente anunciada



 E os Sonhos?



Quando  rimo o silêncio

Quando  faço asas de cor



Somem-se ventos

                     Caem desalentos

 Formam-se sóis de tempestades que nada sabem da chuva 



Que é do tempo sem ser saudade

            Das mãos sem serem palavras

(Vejo becos cheios de promessas por cumprir)



 Que é do vento que soprava calor


 Das chamas 

                    Ou da canção perdida



Sou espera que espera incessante

                       Descrente enquanto crê

 Acendendo velas lançadas ao mar



 Sou a Pedra Secular  

             Onde um dia dormiram sereias…