segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Pauta Tua







 O tempo e tu

 Tu e a chama

 Coexistentes em meu mundo


                                   minha Era



Exalação de devaneios enlaçados

Em circulares muralhas sagradas



Numa só faísca um mundo aceso

                        Espontaneamente

De tuas mãos crepitam pautas em chamas 



O delírio e tu

Que preenchem quebrados vértices

Onde nada coexistente é quebrado

Mundo fendido de quente jasmim

Que adormece
                         e em ventos me leva



O tempo

         Vale de secretas sombras que dançam

E conspiram o secreto anunciar 



( é de silabas o passo que faço
           as sementes que crescem em lírios de Sóis)



Teu é o Mundo onde nascem palavras

Onde o tempo emerge dos céus

Ganhando voz
                                     
                                  espera


O tempo e a quimera

A miragem e tu

Negação que não nego

                    
                      Cada passo
                     

                     Tua memória…

                     (São luas que trazes na face)

                     Teu traço  

                     (Eterno)



Que o ponteiro quebra

               e do quebrado faz romper

                                            o canto exato




quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Infindável Acaso








                      Uma brecha

Um despropositado lugar

O começo é iniciado pelo começo

                                      do tempo



Do tempo a constante mudança

O recomeço e a lacuna

                       o reinício do pêndulo



Uma fria aragem contundente

O espaço colhido pelo espaço

Tomado lugar por uma fenda



Conjugados elementos

Sob o chão tomam raízes

                Onde nascem açucenas

Penas que ardem num sol de vidro



           Uma brecha um tempo

   Um acaso num rio de chuva



O  começo é acaso

     e o acaso  uma brecha

                          no vento

                   Fenda sobre fenda


                                 
                                       Infindável
                

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Entardece






Anoitece

                 Cerra o dia


Caem verbos sem destino


 Sem destino tempo sonho


 Adormeço e faz-se noite


 Espero presenciar através de um vitral


                   Tempestades sem dias



 Antevejo

 Chuva quente

               Inerte vendaval

 Quem sabe passo intemporal

                                Em nua cor



Cerro as pálpebras

              Que não cerram

   Afasto o som

              Que escuto em eco



Anoitece  Anoitece

          A noite tece
(e eu teço sem linha)



Há uma rosa por colher

Arvoredos cerram o horizonte

                                     Cai o dia


 Diante ao vento

               Que se estende

Tarde se fez… e ainda vejo


Purpúrea  denúncia

             Nas mãos frias, gota a gota

Colhi o espinho

                     E anoitece…



segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Inscrito



 
                               



Em surrealista negra névoa rompeste

                          Etéreo, tão etéreo

Como verso por dedilhar na inalcançável chama



Vagarosamente comprimindo-se mundo

 Meu mundo



Do vazio te esbocei

          Nas linhas ainda por pronunciar


(Quase apagadas
           Quase vazias
                      Quase vida)

  
Tantas vezes escrevi no espaço

Que entre nós escorre 


Ascendeste

Ao sonho

Á voz



 (só quando te toquei se soube real

        Só quando tua voz quebrou, te soube fatal)



Éter

Que inspiro alucinada

          Quase indício

Fuga da madrugada



Infinito de cristal

         Onde te tornei rito

Onde te fiz luz

Onde te aprofundei Sol  
    

               E te escrevi verso



                                              Partiste
                             Ficaste…

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Sou a Pedra Secular






                Que é de ti?

 Que ocultas a verdade

 Que é de mim?

           Que de mim contas histórias

 Que é do verso feito sem nexo?


Agora só tocam sopros que cantas no limiar

Que é da razão que precedeu á loucura previamente anunciada



 E os Sonhos?



Quando  rimo o silêncio

Quando  faço asas de cor



Somem-se ventos

                     Caem desalentos

 Formam-se sóis de tempestades que nada sabem da chuva 



Que é do tempo sem ser saudade

            Das mãos sem serem palavras

(Vejo becos cheios de promessas por cumprir)



 Que é do vento que soprava calor


 Das chamas 

                    Ou da canção perdida



Sou espera que espera incessante

                       Descrente enquanto crê

 Acendendo velas lançadas ao mar



 Sou a Pedra Secular  

             Onde um dia dormiram sereias…


segunda-feira, 22 de julho de 2013

Vislumbre






Não me fujas como galopes de cavalos entrançados no pó

Não sejas diamante negro em petróleo, que meus olhos outrora grandes,agora vêem tempestades

Não sejas espiga pegada a minha roupa que cai com o vento

Nem veneno que bebo e morro sem saber, não me sejas oculto na escuridão nem luz na vela que te chamo 

Sê- me espaço de amores

                                                       Ondas em vagas


Que ainda espero que cubram meu corpo, dança-me sorrisos

                                                                                      canta-me abraços

                                              Não sejas areia fina em vendaval

                                                                                      Sê rodopio

                             Como ave encantada



Olha-me devagar e divaga mas não me vagues

Leio as sílabas da Mente, quando mente

E calo.

Por isso, sê-me só.

E dança…



sábado, 6 de julho de 2013

Fábula






  Subtraio ao consistente passo e penso

                   Penso ao inconsciente persistente

   Adverso no verso



Consisto em constâncias circunstanciais

        Que és tu princípio de meio e fim

 Vago círculo
                          Talvez…


Incrédula fala somada

(Não creio)

           Dividida soma de nenhum



 Adiciono o tempo á solidez

                   Somo dezenas sem dez

 Incompleto vazio

                       Talvez



Consisto e persisto na constante crença

 (Versada)
                   
                                     Avisto                                                             
 Nem círculo

 Nem vaga vagada 
                                       
                                (Essa fábula…)



quinta-feira, 13 de junho de 2013

Miragem Minha






Tão perto como incerto
                    tão distante
Esta verdade certa
                      tão incerta como qualquer palavra concreta
(que me cega)


Tão distante, quando olho pelo óculo esse Mundo


             Esta certa ilusão existente
(que me amarra)
Tão distante do verdadeiro som
                         (aquilo que és)


Distante é o sonho e o sonho da noite sem sono


O esboço da figura
                   O traço da linguagem
Só incógnitas de vazios
Este poço sem rio
                          onde espero esquecer a sede


Tão distante …Miragem Minha


quarta-feira, 15 de maio de 2013

Mundo de minha Alma







Cesso negro verbo, chuva de meu clamor

Clamo a voz às pedras, face de meu sonho

Inerte é relógio parado
                                       Parado e ofuscado

                                 Inerte é o som da melodia


(Cesso os dedos, chamo a Voz minha)


A sombra de minha sombra derruba muros

                       E os muros escondem mundos

 Mundo de minha alma

Subo o passo no passo e o sonho meu

                
  Clamo à terra, assente a mim

  (Meu é o caminho de pétalas
                       em ventos de jasmim
                perfumes etéreos em nascimentos de Sóis
    

Cesso o negro verbo sombra

Constantes cores me cercam

                                      Pedras levitam

Formando letras, com elas insignificantes nomes

Cristais unem-se a meu corpo e meu corpo ao sonho

                        E o sonho à luz, verso de minha alma


Ecoam horas em cordas de liras

              Flores nascem em caídos vidros

                         que ao segundo

                                     Formam de novo, o Mundo.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Meu Credo








Infinito rito teu

                 Eu harpa sem cordas

(As Eras sonhadas das mudas aves que voam)

                                                                         Em memórias



                        (São histórias, cascatas de fumos azuis)

        Relembro já esquecida

 Existem lagoas de escondidos nevoeiros


 Tu rito, Meu credo

      Duvidável como as lendas

(Repõe-me os Dós…)


segunda-feira, 25 de março de 2013

Duas Elegias






És o outro e o outro és tu

        De duas faces é o prisma

Acrónimo de um

                       Vértice dividido

Um (só) Sol em paralelos mundos




(O sonho que sonhas é do outro
                         e o outro sonha teu sonho)



Uma palavra

          Duas letras

Duas sombras

           (Um corpo só)   


                  
Nenhum és e o outro és tu…

                       Um só Poema

            Duas elegias    
                  
Um só verso de dois.




terça-feira, 12 de março de 2013

Incógnita






Escondes as palavras com as palavras

                     Na ausência de vírgulas

                                  Interrogo-me nessa curva de quem não sabe



( Desfia, desfia…a linha fiada é seda de aranha )



Aroma de tempo

                Traço intenso

          Balanço em som ao vento

Incógnita sílaba



( Desfia, desfia que a linha que fias é seda na aranha )



Pergunto-me no espaço

A quem pertence o abraço

                          Na ausente-palavra.  



domingo, 17 de fevereiro de 2013

A Vida num Sonho






 Com sons tinjo bolas de sabão

 Nas mãos germinam flores     
                                                       
                   Que escondem os risos

 Onde procuro as heras


 Inalo jasmim que é flor de nevoeiros cintilantes

                  Cristais circulares translúcidos

 Cada um com um reflexo meu



 Não sei se durmo, enquanto sonho

                Ou se o sonho vive em mim

 Talvez, te tenha inventado enquanto germina o Mundo
  
                                                                       Em meus olhos

Talvez, me tenhas inventado

             Enquanto não encontro as heras perdidas

Vivo sonho ou o sonho vive em mim…



terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Só o Tempo em Palavra







O espaço

               Ser entre as palavras

 O esboço inacabado inalterável

                                 O vácuo


(sei seres silêncio que toca)


Parte de mim incompleta

               Ser por ser

                         Repleta de asas


(Gotículas são meus versos em busca)


Um Só maior em vislumbre

(Nenhuma vela se apaga sem vento)

Sem Sol um passo de luz

(Sem vento acendo todas)       


                        Inacabada esfera em dias

Vaga de fogo no passo da melodia

Ser entre os espaços só o tempo em palavra.




quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Vago






Que vaga te levou em vento por entre as ondas
                                                             Que não vagam nestas areias


Que tempo te parou fazendo das escadas escassas pegadas

Que retorno não vejo

Que lembrança te tornou ave distante

Que apanho penas em longínquos lugares



Que palavra te roubou
                                       
                                    Impassível  

                  Que tempo te levou

 Oculto


Que céu te apagou como vela
Que na chuva te fez aguarela em remoinhos de apagadas cores
Que vaga em vaga te fez vago tempo