Anoitece
Cerra
o dia
Caem verbos sem destino
Sem destino tempo sonho
Adormeço e faz-se
noite
Espero presenciar através
de um vitral
Tempestades sem dias
Antevejo
Chuva quente
Inerte vendaval
Quem sabe passo
intemporal
Em nua cor
Cerro as pálpebras
Que não
cerram
Afasto o som
Que escuto em eco
Anoitece Anoitece
A noite tece
(e eu teço sem linha)
Há uma rosa por colher
Arvoredos cerram o horizonte
Cai o dia
Diante ao vento
Que se
estende
Tarde se fez… e ainda vejo
Purpúrea denúncia
Nas mãos frias, gota a gota
Colhi o espinho