terça-feira, 29 de outubro de 2013

Entardece






Anoitece

                 Cerra o dia


Caem verbos sem destino


 Sem destino tempo sonho


 Adormeço e faz-se noite


 Espero presenciar através de um vitral


                   Tempestades sem dias



 Antevejo

 Chuva quente

               Inerte vendaval

 Quem sabe passo intemporal

                                Em nua cor



Cerro as pálpebras

              Que não cerram

   Afasto o som

              Que escuto em eco



Anoitece  Anoitece

          A noite tece
(e eu teço sem linha)



Há uma rosa por colher

Arvoredos cerram o horizonte

                                     Cai o dia


 Diante ao vento

               Que se estende

Tarde se fez… e ainda vejo


Purpúrea  denúncia

             Nas mãos frias, gota a gota

Colhi o espinho

                     E anoitece…