segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Alumiação






Há uma claridade que me cinge
                                   Ampara
Rediz
Sobrepõe-se em imagens


Distende
Em muda linguagem
todos os sons
todos os lugares
        Como miragem


Irrompe uma fortaleza
no olhar
Caem pedras-de-fogo
                de mundos
Muros em eterna reconstrução
Obstinação
             

Fragmento em tempo
Num circular espaço 
     Sem lugar algum
     Que é lugar meu


Remanescentes
Glórias 


Esperas e crença
Como uma sombra na mão
      De uma Luminescência…




6 comentários:

  1. Há uma intensa claridade no verso iluminado
    quando a luz e a sombra se encontram e se formam como corpo difuso

    Retive em especial um momento de ímpar sublimação

    "Como uma sombra na mão
    De uma Luminescência…"

    Uma imagem poderosa e visualmente irrecusável

    - Um corpo de fogo segurando, na mão, uma sombra -

    Assim são todas as esperas, oscilantes reconstruções

    Assim é a poesia
    que subsiste
    para além das pedras-de-fogo, que caem
    na linguagem que se sobrepõe
    e se distende
    em múltiplos significados

    Bjo.

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  2. Maria João, vim desejar um Feliz 2015! :)

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  3. Uma alumiação a carecer de partilha, de transvasação, de se assumir dentro da luz... Mas já é tanto!

    Um beijo :)

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  4. Oi Querida Amiga!

    A luminosidade interior expressada no silêncio,construída
    através da fortaleza da alma, emitida através do olhar
    permeia os muros dos mundos, numa reconstrução dinâmica
    da impermanência circular dos espaços-tempos em
    sombras e luminescências...

    um poema magistral na construção literária,imagética,
    melódica e filosófica.
    Bravo,luminosa poetisa!
    2015 luminoso, libertador e poético sempre!
    Beijinhos e abraço saudoso.

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