Que é de ti?
Que ocultas a
verdade
Que é de mim?
Que de mim contas histórias
Que é do verso feito
sem nexo?
Agora só tocam sopros que cantas no limiar
Que é da razão que precedeu á loucura previamente anunciada
E os Sonhos?
Quando rimo o silêncio
Quando faço asas de cor
Somem-se ventos
Caem desalentos
Formam-se sóis de
tempestades que nada sabem da chuva
Que é do tempo sem ser saudade
Das mãos
sem serem palavras
(Vejo becos cheios de
promessas por cumprir)
Que é do vento que soprava calor
Das chamas
Ou da canção perdida
Sou espera que
espera incessante
Descrente enquanto crê
Acendendo velas lançadas ao mar
Sou a Pedra Secular
Onde um
dia dormiram sereias…
As suas palavras são sonho. Que tipo de pessoa imagina uma "pedra secular onde um dia dormiram sereias"? Alguém muito especial.
ResponderExcluirÉ sempre um prazer lê-la.
Beijinho, um doce fim-de-semana
Ruthia d'O Berço do Mundo
http://bercodomundo.blogspot.pt/
https://www.facebook.com/BercoDoMundo?fref=ts
Um espanto ler tuas interrogações retóricas que vão para lá de ti, num mundo metafórico, quiçá, metafísico...
ResponderExcluirReleio porque cada palavra inscrito no verso é um mundo de sentidos...
Parabéns, Maria João.
Bjo :)
Querida amiga,
ResponderExcluir"Sou a pedra secular
Onde um dia dormiram sereias..."
Creio que sim. Esta é a fonte do teu ímpar e belo sentir poético.
A tua poesia etérea é de matéria dos sonhos, trazendo
a profundidade e os belos mistérios do mar aberto,
que nos paralisa nas ondas do silêncio e na
música dos movimentos...
Adorei esta viagem marítima!
Beijinhos grandes.
Não são os séculos que nos formam
ResponderExcluirtalvez nem sequer as palavras
há contudo versos que perduram
"Que é do tempo sem ser saudade"
Onde me detive e me demorei
Efectivamente existe no tempo um tempo decorrido
que se forma na escorrência de um passado-saudade
Onde
a incessa espera é descrente
onde o silêncio é palavra-memória
"Que é do vento que soprava calor"
Quando as tempestades se somam
Quando o vento é secular desalento
"Que é do verso feito sem nexo?"
Se a loucura se anuncia prenunciada num resto de razão
Talvez porque como um dia escrevi a eternidade é uma forma de promessa
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Um poema de imensa profundidade
Com versos de excelência (dos melhores que já te li)
Numa escrita que se sente contínua evolução
Uma escrita que sempre nos faz sentir
Bjo.
Absolutamente rendida, a beleza singular da sua poesia.
ResponderExcluirBeijinho e bom fim de semana!
As pedras sabem esperar...
ResponderExcluirMagnífico poema, gostei imenso.
Maria João, querida amiga, tem um bom fim de semana.
Beijo.
Sempre bom ler os teus poemas, Maria João! Gosto de vir cá, sei sempre que me espera um momento introspectivo e que levarei algo de bom!
ResponderExcluirUm beijinho
Sim... um pedaço de magia...pura!
ResponderExcluirAs pedras guardam tanta vida...
ResponderExcluirImenso, Maria João.
Beijinho.
Abro a tua porta sabendo que esvoaçarei para lá do tangível.
ResponderExcluirDeito-me numa pedra secular e, porque nela dormiram serias, interrogo-me:
"Que é do tempo sem ser saudade"
Beijo.
Reli o teu excelente poema.
ResponderExcluirE continuei maravilhado.
Maria João, tem uma boa semana.
Beijo.