Uma inconstante constância
Irrompe e rompe
Em réplicas
Um sismo fragmenta-se
Sustendo ruínas inabitadas
Uma brisa / move / um mundo / de vidro
(não suspires
não te movas… )
A inconstância verte
O
ruidoso passo
de uma memória oposta,
sem verdade
Alastra-se o fogo pela rua
Na transparência de um mundo
Fragmentado
O tempo irrompe, num sismo,
ResponderExcluirFragmenta-se, em réplicas,
Alastra-se, num incendiar de mundo
Enquanto a memória, variante, se verte oposta
Enquanto o passo, ruindo, se revela inconstante
Assim, in-transparente se segmenta o tempo, inamovível
(...)
Imagens poderosas
(a ideia da fragmentação de um sismo é de uma imagética sublime)
Marcadas por uma semântica que nos detém longamente no verso
(na inconstante constância dos seus múltiplos significados e significantes)
Aprimoradas num impressivo trabalho fonético
(como por exemplo, "irrompe e rompe em réplicas")
Um poema irrecusável
Bjo.
Tudo se move
ResponderExcluiraté o vento
Maria João, venho desejar um Feliz Natal e um excelente 2015, com tudo de bom, quer a nível literário, como em todos os aspectos da vida!
ResponderExcluirUm abraço!
Um poema que nos tira o fôlego (impressionante) ...
ResponderExcluirRemete ao movimento da vida, precisamente aos passos da humanidade
numa desconstrução do ser, no equilíbrio da fragilidade no
caminho das horas...
Magistral,que bela sonoridade,Maria!!
Beijinhos.