Tu não sabes das manhãs feitas noite
Dos pássaros mudos que pousam na minha janela
Das vezes que corro em busca das borboletas
perdidas
Não, tu não sabes
Do silêncio que é som todos os dias
Dos dias que são areias seladas nos passos
Porque não sabes que o tempo é inerte
Que se move
como as marés
Sincronizadas como asas
Tu não sabes e eu não
sei
Porque não há cânticos
Quando abro o horizonte pelas janelas feitas de mundos
Correrei atrás das borboletas pela escuridão
(até inventar asas)
Porque não sabes, que
sou feita dos sonhos
de uma flor por nascer.
Ninguém sabe
ResponderExcluirdos pássaros mudos que pousam na janela,
ninguém escuta seu silêncio
Ninguém sabe
que os dias são areias seladas nos passos,
ninguém sente a inércia do tempo
Talvez só
uma borboleta
_________
Um belíssimo poema, com traços de excelência,
num tom profundamente íntimo,
talvez por isso enternecedor e arrebatador
Não sei se é o teu melhor poema
mas foi seguramente um dos que mais me tocou
Bjos.
Querida amiga,
ResponderExcluirEsse teu poema é um sonho... Na excelência poética,que revela a alma
da poesia, cantada pelo silêncio feito dos dias, inscritos com uma
das mais belas inspirações...
Simplesmente magnífico!!!
Sabes,para mim foi um presente ler, sentir, sentir esse teu poema
e ainda mais;escutar,sentir e internalizar essa belíssima
declamação...
Parabéns para os dois!!
Beijos grandes.
Duma beleza extrema...
ResponderExcluirabraço
cvb
Não te sabem as asas, teus sonhos,
ResponderExcluirnão te sabem os sonhos, ainda te sonhar
não te descobriram
as Vanessas virginiensis
meninas, anjos, bailarinas dos verões
não, não te encontraram
a culpa é do tempo
que te fecha a janela aberta
que te rouba as horas
que desvia da alegria
de correr, bailar, voar
entre todas as vanessas
porque o verão é um sopro
que se esvai, num piscar de olhos
das mais belas borboletas...
Ainda bem que minha retina
tira instântaneos para os eternizar
Querida amiga, achei teu poema lindo e me lembrei que as borboletas só vivem o tempo suficiente de amar (copular), depois morrem... ou seja, só vivem para ser feliz!
beijinhos
ResponderExcluirTambém vou comentar, não o meu poema óbvio
ResponderExcluirMas sim o som dele,
O som que Filipe Campos Melo lhe deu na sua declamação
Que eu adorei, não apenas por ser de um poeta que eu muito admiro
Também como amigo, com um talento inegável
Sem palavras para expressar o que senti, cada frase foi expressada
Perfeitamente em sintonia com o poema.
É com muito orgulho que tenho um poema meu declamado por ti,
Obrigada amigo!
Gostei imenso do teu poema.
ResponderExcluirQue também é muito bem dito.
Parabéns pelo talento que as tuas palavras revelam.
Maria João, querida amiga, tem um bom domingo e uma boa semana.
Beijo.
Voltei.
ResponderExcluirOuvi de novo e reli.
E continuei a gostar imenso do teu poema.
Maria João, minha querida amiga, tem um bom fim de semana.
Beijo.
Os sonhos são a melhor matéria...!
ResponderExcluir"Das vezes que corro em busca das borboletas perdidas" - Linda, esta frase, lindo o poema, gostei muito.
Li-o antes de o ouvir, e a entoação que lhe dei na minha mente era um ligeiramente diferente, mas também gostei muito desta declamação.
Beijos.
Sim, és. feita de flores silvestres (por nascer) e de suspiros cantados, quando a noite solta todas as borboletas (das quais corres atrás, já com as asas que inventaste:-)aprisionadas no peito de amor e dor. porque sabes que és poema a emergir num sonho a cumprir.
ResponderExcluir(adoro ler-te:-)
bj.º
Poema que é uma espécie de manifesto.
ResponderExcluirMuito bom.
Beijo :)
Seguir andando até que o voo se faça autêntico.
ResponderExcluirUm beijo
Voltei a reler... mas gostei de o fazer.
ResponderExcluirDeves estar de férias, com muito trabalho ou sem inspiração...
Beijo, querida amiga Maria João.
Este poema é espectacular!
ResponderExcluirQue tenhamos sempre a cor e asas das borboletas para podermos alcançar os nossos sonhos.