O acaso raro
De se prenderem as sílabas
Nenhum
traço é traço do acaso
Nenhum acaso é premeditado
Todo o círculo tem um ponto de partida
Que parte onde começa
Que começa onde é seu fim
Resisto
Exacta é a linha directa em curvas
Sem voz ouço as sílabas
Indignas
do fim
Insisto
O começo é passo raso na espera do Sol
O que os dedos não tocam a boca não diz
(Redigo…)
" Nenhum traço é traço do acaso" e tudo é diverso em circuito permanente.
ResponderExcluirGosto do teu traço, amiga.
Beijo.
Resisto
ResponderExcluir-----
Vamos resistindo,... até um dia!
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Felicidades
Leio e sinto o toque de boas energias.
ResponderExcluirÉ talvez o voo da borboleta
"na espera do Sol".
Beijinho, Maria João :)
"O acaso raro
ResponderExcluirDe se prenderem as sílabas"
Poderia deter-me apenas no verso inicial
divagar ao seu redor, em palavras circulares, afirmar a sua sublimação
(e seria suficiente para sentir a imensa poesia imersa ao poema e dizer que não sendo rara encontrá-la nos teus poemas, este verso se demora, inspira, contagia, assim se fazendo excelência).
Mas é irresistível prosseguir
"Nenhum traço é traço do acaso
Nenhum acaso é premeditado"
alongando o traço filosófico do verso
contradizendo-o (toda a premeditação é causal)
afirmando-o (toda a causa é acaso)
reforçando a irrecusável interpretação
a inevitável rendição (ao verso)
"Todo o círculo tem um ponto de partida
Que parte onde começa
Que começa onde é seu fim"
reencontrando no circulo perfeito a imperfeição do tempo
a intersecção dos estados, a inquietação do mundo
E, então, poderia, caminhar pelos versos finais (assumido deslocamento entre o etéreo e a terrena arte de Ser)
Mas
"Resisto"
porque "O começo é passo raso na espera do Sol"
E não é por acaso.
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Como se lê gostei muito
Bjo.
Os acasos ultrapassam-nos, o sangue agitado das veias devassa-nos...
ResponderExcluir(Não há fórmulas, é melhor assim. Se, por acaso (?) alguém conseguir a fórmula suprema, uma coisa é certa: terá sempre que se debater com a solidão)
Beijo :)
Querida amiga,
ResponderExcluirPrimeiro,preciso dizer que estava com muita saudade de ler-te,mas
a espera proporcionou esse presente; esse teu belíssimo,profundo
e grandioso poema...
Esse teu poema tem o teu traço-arte,que nos conduz filosoficamente
ao símbolo da mandala,a roda de sansara,a perfeição do universo em
seus ciclos impermanentes e a comunicação da sicronicidade em vida
que pulsa...
"O começo é passo raso na espera do sol"
A luz que inicia,renova e aponta sempre o caminhar...
Adoro caminhar por essa tua luz-poesia que nos emociona!!
Beijinhos grandes.
Não é um acaso tu escreveres tão boa poesia.
ResponderExcluirEste poema é um exemplo disso mesmo.
Excelente.
Maria João, tem um bom fim de semana.
Beijo, poeta.
Bom voltar a ler-te! :)
ResponderExcluirBeijos
De folhas de Outono se coroa uma tonta
ResponderExcluirLancei pedras sobre as ondas furiosas
Teimosamente arde neste peito uma raiva
E vi muito lixo num covil de raposas
As coisas que um poeta vê
As coisas que que invadem uma alma demente
Num silencio contaminador, estonteante
Ouvi palavras de amargo presente
Cheguei finalmente a uma certa praia
Fiquei encoberto por uma mancha de gaivotas
Na impressionante fachada da minha alma
Fecham-se com estrondo todas as portas
Doce beijo
ResponderExcluirNenhum traço nasce do acaso. Em cada ciclo que acaba outro recomeça, como o elo de um cordão que parecendo linha recta, tem a forma circular sem que se perceba onde começa ou quando finda.
Belíssima a tua poesia... e só agora a descobri.
Um beijinho, Maria João. Parabéns!!
"O que os dedos não tocam a boca não diz."
ResponderExcluirTodo sentido da poesia.
Parabéns!!
Beijos,
Anna Amorim
Acrescento: Palavras tocam.
ResponderExcluirBelíssimo! Em silêncio releio.
ResponderExcluirAbraço
cvb
Gostei do sabor da sua poesia...
ResponderExcluirAbraço
Voltei e fiquei de novo encantado coma excelência do teu poema.
ResponderExcluirEscreve mais...
Maria João, tem um boa semana.
Beijinhos.
Querida Amiga, passei para deixar um abraço
ResponderExcluircecilia
Maria João, está difícil novo poema...
ResponderExcluirMas a gente espera.
Querida amiga, tem uma boa semana.
Beijo.
Sílabas que o acaso não arrasa mas resiste a uma poesia simbólica que passo-a-passo atinge o sol.
ResponderExcluir__________________e o que os lábios calam os olhares desvendam.
Adorei. saudades daqui.
Bj.º