Serpenteias entre as palavras e foges
Árido ermo onde estilhaçam cálidos lírios brancos
Escorre veneno nos beirais
No relógio parado (de ti alagado)
Sopram ventos de areias lentas
Tardiamente
Tardios
aos olhos movem-se
Sombras horrificadas
Quente
brisa em negro escarlate
Árida chuva dança a
teu rasto
Que são laços de
embaraços
Lento vento corrosivo, que não escutara
Tardiamente, Sopro que
assopro num só sopro.
(onde te escondes…)
Intrigante o título "verdade", para este texto, de locais desconhecidos, de sombra, de vento... Mas talvez seja assim que ela se encontre, talvez seja lá que ela se esconde...
ResponderExcluirBeijo, bom domingo
Detenho-me no título
ResponderExcluirLeio o poema
E ao título me devolvo
"A verdade" é um conceito estranho
Na aparência é absolutamente objectivo (e, portanto transparente)
Mas não será também necessariamente subjectivo (de acordo com a perspectiva de quem vê)
"A verdade", assentemos nesta intermédia premissa, é dúbia
Toda a palavra é relativa
assim como relativa é toda a absoluta verdade
A mentira é, ainda assim, menos equívoca
Como escrevi uma vez é uma "incerta certeza"
"Verdade" é um poema de certezas incertas
de negras sombras (em negro escarlate)
de ermos ventos (e cálidos lírios brancos)
de áridas chuvas (em corrosivas águas)
onde a dor escorre entre palavras envenenadas
Um todo muito impressivo que inquieta mas também seduz
Bjo.
A verdade é das coisas mais difíceis de encontrar.
ResponderExcluirE, para complicar, muitas vezes existe a verdade de cada um, que é diferente da dos outros...
Mas a verdade, verdadinha, é que o teu poema é excelente.
Gostei muito, continuas a fazer poesia de se lhe tirar o chapéu.
Maria João, querida amiga, tem um bom Natal.
Beijo.
Oi querida amiga!
ResponderExcluirPrimeiro saudade e saudade de ler-te...
Cada vez mais,mergulhar no teu universo poético é
fascinante,exigindo um sentir e olhar atentos ao caminhar pelas
tuas enigmáticas palavras,encontrando símbolos e significados
expressados na beleza única da tua poética.
"Tardiamente,sopro que assopro num só sopro.
(ondes te escondes...)"
Particularmente,sinto a verdade como um sopro
libertador,revolucionário,um caminho simples,límpido e solitário
de ser...
Beijinhos cheios de saudade,amiga!
Olá, Maria João
ResponderExcluirDei aqui um "saltinho" para agradecer os comentários sempre tão bons de ler, gosto muito de te receber lá no meu espacinho!
E, como o tempo às vezes é nosso inimigo, deixo já os meus votos de Boas Festas!
Beijinho
P.S.: Aguardo o teu próximo poema! ;)
Eu detenho-me nos laços onde a verdade se embaraça. Mesmo no paraíso as palavras serpenteiam enganadoras.
ResponderExcluirGosto dos caminhos por onde me levam as tuas palavras.
Muito!
Beijo.
Maria João, querida amiga, desejo que tenhas um Feliz Natal, extensivo aos que te são mais queridos.
ResponderExcluirBeijo.
Olá, Maria João, boa noite :)
ResponderExcluirTenho estado um pouco ausente (problemas de saúde),
mas a "verdade" é que jamais esqueço os amigos
que aqui me acarinham e incentivam.
Neste momento especial, quero agradecer os teus votos
e expressar aqui o meu desejo de Festas Felizes para ti
e Família.
Beijinhos gratos. Até breve :)
ResponderExcluirPode parecer que ando longe, mas estou presente.
Este é um dos lugar que permanentemente me chamam.
Um beijinho grande, Maria João
Votos de um Bom Natal
Maria João,
ResponderExcluirBelo e verdeiro amiga, esta ausência, esta busca, esta sombra que cai sobre nós enquanto queremos devorar a verdade e nada nos alimenta.
Quero desejar a você e todos que quer bem um ano plenos de boas novas.
grande abraço,
Maria João, minha querida amiga, desejo que tenhas um excelente 2013 e que todos os teus sonhos e desejos se realizem.
ResponderExcluirBeijo.
Maria João,
ResponderExcluirQue 2013 envergue sempre roupagens de esperança!
Beijo :)
O verso é um percurso possível para o caminhante que sente fome duma "verdade" para além do caminho palmilhado , que lhe subsista , consequentemente e , que , simultaneamente oiça as outras "verdades" para que no final - que não tem fim - a poesia triunfe , como esta que aqui imprimiste . Parabéns .
ResponderExcluirBeijos e votos de Feliz Ano de 2013.
mais um lugar incomum onde se escondem não sei que sopros e onde a verdade é inquietante mas urgente.
ResponderExcluirO poema seduz em palavras e em tempo sem relógios.
(gosto sempre tanto!)