Uma
brecha
Um despropositado lugar
O começo é iniciado pelo começo
do
tempo
Do tempo a constante mudança
O recomeço e a lacuna
o reinício do pêndulo
Uma fria aragem contundente
O espaço colhido pelo espaço
Tomado lugar por uma fenda
Conjugados elementos
Sob o chão tomam raízes
Onde
nascem açucenas
Penas que ardem num sol de vidro
Uma brecha um
tempo
Um acaso num rio de
chuva
O começo é acaso
e
o acaso uma brecha
no vento
Fenda sobre fenda
Infindável
Na verdade improvável
ResponderExcluirhá pedras com vida por dentro
ResponderExcluirA mudança é instável movimento
Assim como oscilante é a raiz do medo
que nos forma
Indefinido pêndulo,
Irregular compasso,
Inevitável fenda.
E se, por acaso,
A fenda rasga o tempo,
E o rasgo, num acaso, pelo tempo se estende,
O recomeço, começo nunca é.
Esse é um lugar de infusas águas
de profusos sopros
de insanos mundos
Onde o tempo só será tempo
quando um acaso se der
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Muito belo
Bjo.
Querida Maria,
ResponderExcluirUm acaso que se escreve infinitamente
um poema colhido no espaço íntimo
de flores refletidas pelo o sol,
mesmo em nuvem que atravessa o vitral
emite a luz essencial
de espiral
em que há renovação...
A tua bela poética transmite sempre essa infinitude
que me encanta,amiga!!
Beijinhos e abraço grande na tua linda alma...
Olá! Há quanto tempo!
ResponderExcluirTodo o poema é de uma incrível presença, de uma forte e sublime chama que vem do interior, se expande, se reflecte, se movimenta. Cresce inevitavelmente, multiplica-se, irradia-se, transforma-se. E é como se um céu de estrelas rasgasse o céu dentro de outro céu, no coração de um outra galáxia, no âmago da mais profunda luz.
O começo, assim como a paixão é um acaso, por exemplo.
Abre-se a fenda, e o vento de rompante enebria os sentidos. Paixão sobre paixão antiga, já ultrapassada e esquecida. Inevitável. Impossível de prever, impossível de controlar. Depois, depois é o tempo, a fenda que marca o caminho, e os passos incertos, que transfiguram a vida e a fazem esta incógnita permanente e quase sadia de não sabermos o que dela advirá.
Por um lado a leveza como as penas, por outro a incerteza como o pêndulo inquietante. No final apenas a certeza de que tudo é incerto, mas inevitável, seja qual for o tempo e o sentido. Um grito, um anseio, um lamento, um sorriso, um suspiro.
E aqui me encontro nesta fenda "maquiavélica" de letras a explodir raízes de emoção ao ler-te.
Beijinhos
Será mesmo acaso, esse pêndulo, esse tempo, esse rio que os leva? Talvez não, talvez sim, que importa?
ResponderExcluirBom voltar a ler-te :)
Beijinhos
O acaso é mesmo infindável.
ResponderExcluirExcelente poema, gostei imenso. Como sempre, aliás.
Maria João, tem um bom fim de semana.
Beijo.