domingo, 8 de março de 2015

Sibilinamente






Subitamente cessam as sílabas,
Silentes, comprimem-se oprimidas,
Sufocam-se silenciosamente, umas e outras,
Enredam-se como raízes,
Elevam-se ascendentemente,
Sibilinamente pertíssimo     da voz


Suprimida, a sílaba escuta-se retida,
Repetida, repetidamente,
(Infinitamente)


Dos ecos excedentes surde o silêncio,
Enunciando o eloquente ruído da sílaba muda,
Em sua retirada presença 


Ausente, a sílaba segmenta-se,
Subleva-se em díspar proporção,
Ressurge ímpar significado 


Sílabas perfeitamente soletradas
Inversamente des-construídas
Em progressiva reconstrução


Sucessivamente, as sílabas soltam-se num murmúrio flamejante
Como prece,  
Descendem sobre a hora provável,
Pertíssimo do prometimento,
Sibilinamente sol



6 comentários:

  1. Um poema escrito a quatro mãos
    Pertíssimo de uma só voz

    Obrigado Maria

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  2. As sílabas percorrem o caminho na construção das palavras,
    como as horas na construção dos dias.
    As palavras crescem poesia na escala de silêncio e voz sucessivamente
    numa beleza ímpar de dois poetas que harmoniosamente
    se inscrevem...
    Uma harmonia magistral!!
    Beijinhos saudosos, querida Maria.

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  3. Não li a etiqueta mas a escrita do Filipe está presente, sim. Que bela junção de poetas.

    (E que pena não te ver por aqui. Que pena não te ver. Ponto).

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